Bullying Não É Brincadeira
Bullying Não É
Brincadeira
Por: Adriana Kairos
A palavra pode ser relativamente nova, mas é velha conhecida em
espaços escolares. Muito se discute mas pouco se faz efetivamente em algumas
escolas para conter ou mesmo neutralizar a ação dos agressores. Com o discurso
de que no passado não havia bullying de que tudo era só brincadeira, muita
gente negligencia uma das maiores agressões a um indivíduo em formação. Não
pode, se esperar que no futuro a pessoa agredida saiba exatamente o que fazer
com a agressão que recebeu. Cada sujeito recebe as ações da vida a sua maneira.
Nem todos têm a habilidade de fazer do “limão uma limonada”, e temos que
entender e lidar com isso.
Nosso país está no quarto lugar de um ranking mundial que nos
envergonha. Como é possível sermos tão violentos? O assunto é tão sério que a
Asssociação Brasileira de Pediatria desenvolveu uma cartilha apontando as 8
categorias do bullying. São elas: Físico: inclui beliscões, socos, chutes,
empurrões e afins. Verbal: É o mais comum: relatado por 13% dos estudantes. É
composto de apelidos, xingamentos e provocações. Escrito: quando bilhetes,
cartas, pichações, cartazes, faixas e desenhos depreciativos são usados para
atacar os colegas. Material: Ter seus pertences danificados, furtados ou
atirados contra si faz parte da rotina de cerca de 5% das vítimas. Cyberbullying:
A agressão se dá por meios digitais, como e-mail, fotos, vídeos e posts e, em
pouco tempo, alcança muita gente. Devido à sua rápida disseminação, hoje a
ofensa online chega a ser mais impactante nos círculos escolares. Moral: A
tática aqui é difamar, intimidar ou caluniar imitando ou usando trejeitos
próprios do alvo como armas. Social: Criar rumores, ignorar, fazer pouco caso,
excluir ou incentivar a exclusão com objetivo de humilhar estão entre as
artimanhas. Psicológico: Todos os tipos têm um componente que afeta a saúde
mental, mas aqui se destaca a pressão na psique induzida por diversos meios.*
Aqui no AKairos Curso, desde 2017 adotamos uma posição antibullying. A
partir de longas discussões com a nossa equipe pedagógica, entendiamos que
precisávamos ser um espaço diferente. Temos um espaço acolhedor, contudo queríamos
trocar ideias com nossos alunos, pois havíamos identificado naquela ocasião
alguns estudantes que sofriam com algum tipo de agressões repetitivas, ação que
caracteriza o bullying. Assim, convidamos a nossa amiga e parceira, a
doutoranda pela PUC, a psicóloga Letícia Oliveira, para elaborar uma
intervenção junto aos nossos alunos e nasceu um dos aulões mais pedido por nossos
estudantes todos os anos, o aulão “Respeita!
- Precisamos Falar Sobre Bullying”.
Teria sido bom, quando criança, ter sabido o nome das agressões que eu
sofria, e mais ainda, como teria sido diferente se na minha escola houvesse um
momento para falarmos sobre isso.
Sofri com o bullying social aos 11 anos e que ótimo que pude superar
tal violência, transformei o meu limão em limonada, nem todo mundo consegue. Quantos
casos temos acompanhado pela imprensa de crianças ou adolescentes que
vivenciaram o horror de passar por essa ou aquela situação repetida na escola e
não conseguiram superar, ao contrário, acabaram tornando-se em grandes
agressores e em alguns casos verdadeiros assassinos. Como no emblemático caso
do Wellington de Menezes, o atirador da escola de Realengo, que de acordo com o
que foi cogitado a época o motivo do massacre à escola Tasso da Silveira teria
sido o bullying sofrido pelo atirador quando estudou no referido colégio.
Bullying não é brincadeira. É importante conhecermos e acima de tudo
compartilharmos algo essencial para a vida em sociedade, o respeito. Não é
brincadeira se fere ou machuca alguém. Nunca é demais lembrar que se o
companheiro não está rindo com você não tem graça. É bullying sim.
*Informações retiradas do site Veja Saúde.
*Foto da aulão "Respeita! - Precisamos Falar Sobre Bullying" em 2017
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